terça-feira, 23 de setembro de 2008

A noite é calma, a rua dorme,
Esteve na casa meu amado a habitar;
Ele deixou a cidade há tempo enorme,
A casa, porém, permanece em seu lugar.

Há também um homem, que mira o firmamento
E retorce as mãos, presa da amargura.
Contemplar sua face causa-me tormento,
A lua me desvela minha própria figura.

Tu, meu duplo! tu, pálido amigo!
Por que zombas da minha dor de amar,
Que me torturou neste lugar
Por tantas noites, em tempo ido?

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